sexta-feira, 25 de março de 2011

Desculpa, se algum dia, esse foi nosso jeito masoquista de gostar de você...

Meninos e meninas! Bom dia! Como eu disse ontem o post de hoje vai ser sobre uma frase polêmica no Nelson Rodrigues que comecei a analisar tem um certo tempo. "Toda mulher gosta de apanhar, apenas as neuróticas reagem". Não estou falando sobre apanhar fisicamente, por favor. Não faço apologia a nenhum tipo de violência. Embora, alguns e algumas se sintam atraídos por este tipo de fetiche. Mas, o post de hoje não é sobre fetiche. É sobre moral. Quando apanhamos moralmente de um relacionamento. Quando nos submetemos a situações e não fazemos nada para mudar. Quando mudamos pra agradar. Quando nos perdemos no meio disso tudo e nos transformamos em "masoquistas"! Quando experimentamos amor através da dor. Quando nos deixamos magoar e guardamos essas mágoas não fazendo nada para mudar isso. Você pode não concordar comigo, a princípio. Mas, termina de ler o texto. São simples detalhes. Coisas que às vezes nem percebemos que fizemos. Você pode não concordar com todas as linhas, mas atire o primeiro cupcake quem nunca tentou restringir o número para ligar para um certo alguém!!


Sade

Toda mulher, no fundo, gosta de apanhar.
Digo moralmente.
Não que doa na carne.
Mas que dói no ego, no emocional.
Na auto-estima.
Toda mulher por natureza é insistente.
Nascemos terroristas e nos enclausuramos em nossos proprios cativeiros.
Criamos teorias de conspiração.
Perdemos a respiração.
E simplesmente.
Depois de alguns dias.
Alguns meses.
Ligamos.
Telefonamos.
Mas, de numero restrito.
Ou de algum desconhecido.
Do telefone do pai, da mãe, ou da tia.
Do telefone que o individuo, certamente, não conhece.
Ligamos como um trote.
Ligamos como um xote.
Rápido.
Certeiro.
Tendo a certeza que se fosse o nosso número ele não atenderia.
Provocamos.
Insistimos.
Persistimos.
Mandamos mensagens mal criadas até receber uma má resposta de volta.
Nos acostumamos com grosserias para ter, simplesmente, respostas.
Importunamos.
Puxamos assunto.
Queremos saber como foi o dia.
Sabendo que vamos receber uma resposta atravessada.
Para, simplesmente, fingir que existiu diálogo.
Apanhamos moralmente quando não confiamos.
Quando vasculhamos.
Entramos em orkuts alheios à procura de provas.
Entramos em álbuns para conferir novas fotos.
Novas poses.
Novos romances.
Novos caras de pau.
Fazemos de um tudo.
Damos uma chance.
Duas.
Três.
Mil.
E o indivíduo nunca quis nenhuma.
Nunca mereceu nenhuma.
Nos oferecemos inteiras sabendo que eles vão se satisfazer com metade.
De verdade, fazemos tudo como se isso não fosse ferir mais.
Magoar mais.
Doer mais.
A ferida aberta não sangra mais.
As lágrimas não caem mais.
O que antes parecia um inferno se transforma, agora, num banho-maria.
Morninho. Quase agradável.
Nos submetemos a situações desnecessárias.
Passamos em frente para conferir se o carro está na porta.
Ficamos a espreita conferindo quem vai sair à porta.
Nos apegamos às mães como amuletos.
Não adianta entrar em casa se não entramos no coração.
E no final.
Somamos mágoas em cima de mágoas.
Nos transformamos em vigias noturnos dos nossos próprios sentimentos.
Passamos, olhamos, vemos que está ali e pronto.
Se bem.
Se inteiro.
Se em pedaços.
Qualquer coisa, já não importa.
Suplicamos e imploramos atenção.
Um vestido mais curto.
Um decote mais vasto.
Uma roupa mais provocante que sim, provoca.
Provoca outra briga.
Outra confusão.
Apanhamos moralmente quando entramos em situações que nós mesmas criamos já sabendo tudo que vai acontecer.
Saímos sabendo que ele estará com a outra.
Saímos mais bonitas que as outras.
Frequentamos os mesmos lugares.
Acreditamos nas mesmas falsas mentiras.
Nas mesmas fantasias.
Nas mesmas alegorias.
Negamos o mundo real.
E no final.
Acredito, que no fundo, somos, simplesmente, masoquistas.
Sofremos por antecipação.
Sofremos pela negação.
Sofremos por amor.
Sofremos por não saber amar.
Sofremos por não saber demonstrar.
Sofremos porque sabemos que vamos apanhar moralmente e não fazemos nada para mudar.
Agredimos com palavras, e somos massacradas por fatos, pensamentos e pela nossa consciência.
Sofremos e nos fazemos de vítimas, de coitadas.
Mas, no fundo, o que a gente quer é ser amada.
E desculpa, se algum dia, esse foi nosso jeito masoquista de gostar de você.


^^

Um comentário:

  1. Me li em cada linha desse trecho:"Insistimos.
    Persistimos.
    Mandamos mensagens mal criadas até receber uma má resposta de volta.
    Nos acostumamos com grosserias para ter, simplesmente, respostas.
    Importunamos.
    Puxamos assunto.
    Queremos saber como foi o dia.
    Sabendo que vamos receber uma resposta atravessada.
    Para, simplesmente, fingir que existiu diálogo."

    Sou eu escrita nessas frases.. e nao me orgulho disso... mas como uma sábia pessoa disse: "Desculpa se esso foi o meu jeito masoquista de gostar de vc!"

    OTEMOOOO!!!!!!!

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