quarta-feira, 11 de maio de 2011

Para habitar meus pensamentos tem que pagar aluguel...

Meninas e meninos!! Bom dia!!! Consolando uma amiga nun findi desses aí que ficou pra tras ela disse que eu não sofria. E talvez seja essa a impressão que eu passe para algumas pessoas. A impressão que eu não sofro. Que eu não me abalo. Sofrer eu sofro. Mas hoje, escolho o que vai me abalar ou não. Como uma boa escorpiana, meu signo nasce na casa da morte de desde pequeno aprende a lidar bem com perdas e eu acredito que em tudo na vida a gente tira uma lição. A minha, foi aprender a ficar mais forte. Aprender com cada coisa que deu certo e com as outras tantas que deram errado. Se em todas as coisas dai graças! O que vou fazer?! Agradecer a Deus por estar viva. Por não ter problema de coração, por não ter tido nenhum "pirepaque" até agora, por ter uma gastrite emocional... Pelos amores que ele tirou da minha vida e, hoje, alguns estão feios e acabados!!!! ^^ Amém senhor!!! Obrigada pelos livramentos que na época eu não entendia, viu?!!!

"Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte,
Mais feliz, quem sabe" (Almir Sater e Renato Teixeira)


Aluguel

Sofrer eu sofro sim.
Mas ja sofri tanto que hoje escolho o que vai me abalar ou não.
Vivenciamos nosso sofrimento antes dele acontecer.
Imaginamos.
Pensamos.
Criamos um monte de teorias de conspiração.
Fazemos constatações obvias e fingimos que aquilo, simplesmente não existe.
"Deve estar com alguma piranha."
"É de vagabunda que ele gosta mesmo."
Nos rebaixamos.
Nos humilhamos para os nossos próprios pensamentos.
Convidamos à existência coisas que não queriamos nem nos nossos piores pesadelos.
Criamos expectativas.
Construímos castelinhos em cima dessas expectativas.
E no final.
Acabamos sofrendo.
Não por causa do cara ou da outra.
Mais bonita ou não. Mais gorda ou não. Mais arrumada ou não.
Sofremos pelas nossas fantasias.
Pelo castelo que nunca existiu.
Pelo príncipe que nunca soube que era o príncipe e acabou se comportando como o cavalo.
Pela princesa que continua na torre a espera de um beijo.
De um libertador que suba por nossas tranças nos devolva a liberdade.
Nos decepcionamos, simplesmente, com a gente.
Pelo roteiro.
Pela trilha sonora.
Pela protagonista fraquinha.
O romance não deu certo porque a história não deu certo.
Eu sou fã de meiar a culpa.
Se não deu certo.
Não deu certo por causa dos dois.
Não existem culpados no fim quando não se sabe aonde o final começou.
Ou sei lá se aquilo tudo começou.
Não podemos simplesmente colocar a culpa no outro e sair de bonzinho.
Não podemos fingir ou negar que por um tempo foi bom.
Não podemos acreditar em tudo que nossas mães falam que nós somos.
Nós somos as princesas dela.
As preciosas dela.
As melhores pessoas do mundo pra elas.
As outras pessoas no mundo tem opinião diferentes.
Elas fazem escolhas diferentes.
E o amor não pode ser essa coisa egoísta.
Esse anel mágico de senhor dos aneis.
Pode ser precioso.
Mas não é seu.
As pessoas tem que ter vida dentro de um relacionamento.
As pessoas podem optar por não ter um relacionamento com a gente.
As pessoas fazem as próprias escolhas independentemente da nossa.
Do mesmo jeito que fazemos escolhas independentemente das deles.
Já partiram nossos corações da mesma forma como deflagramos golpes certeiros em corações alheios, sem às vezes nem saber.
Partimos e não explicamos porquê.
Porque era bonzinho.
Porque era chatinho.
Porque era mal humoradinho.
Ele era o precioso, o preferido, o príncipe, talvez o rei da mãe dele.
E isso, pra gente, simplesmente não foi o suficiente.
Hoje eu sofro.
Mas sofro menos.
Sofro sabendo porque estou sofrendo.
Sabendo de quem é a culpa.
A dor é inevitável e o sofrimento é opcional.
Eu sofro.
Fico viuva, faço missa de sétimo dia se precisar.
Mas parei de gastar vela com mau defunto.
Pra me abalar tem que chegar a um certo ponto.
Não é qualquer coisa que me tira do sério.
E para habitar meus pensamentos tem que pagar aluguel.
E o aluguel hoje tá caro.


^^