Sobre amor e ciúmes, por Osho
O amor de verdade não é uma fuga da solidão, o amor de
verdade é uma solitude abundante. A pessoa está tão feliz em ficar
sozinha que tem vontade de compartilhar. A felicidade sempre quer
compartilhar. Ela é excessiva, não pode se conter, como a flor não pode
conter sua fragrância — ela tem que se espalhar pelo ar.
Solidão é quando você está sentindo falta do outro. Solitude é
quando você está encontrando a si mesmo.
Os problemas do ciúme e da possessividade não são de fato
problemas, mas sintomas — sintomas de que você ainda não sabe o
que é amor. Achamos que sabemos o que é amor e por isso surge o
problema do ciúme. Não é isso. O problema surge porque não existe
amor. Ele mostra que o amor ainda não brotou, mostra simplesmente
a falta de amor. Por isso você não pode solucioná-lo.
Tudo o que é necessário é esquecer o ciúme, porque essa é uma
luta negativa, é uma luta com a escuridão. Não faz sentido. Em vez
disso, acenda uma vela. Isso é que é amor. Depois que o amor
começa a fluir, o ciúme e a possessividade deixam de existir. Você fica
simplesmente surpreso ao ver que eles se foram. Você não consegue mais encontrá-los. E exatamente como quando acende uma vela e, ao
procurar pela escuridão por todo o cômodo, descobre que não pode
mais encontrá-los. Você os procura até com uma luz, mas não
consegue encontrá-los. Não pode encontrá-los porque não estão
mais ali. Eram, simplesmente, a falta de luz. O ciúme é a falta de amor.
Antes que você possa se relacionar com alguém, relacione-se
consigo mesmo. Esse é o requisito básico para se sentir realizado.
Sem ele, nada é possível. Com ele, nada é impossível.
Milhões de pessoas estão sofrendo. Elas querem ser amadas,
mas não sabem amar. E o amor não pode existir como monólogo: o
amor é um diálogo, um diálogo muito harmonioso.
As pessoas acham que amor é uma espécie de monopólio, de
possessividade — sem entender um fato simples da vida: no
momento em que você possui um ser vivo, você o mata.
A vida não pode ser possuída. Você não pode segurá-la nas
mãos. Se quiser tê-la, você terá que deixar as mãos abertas.
Ciúme é comparação. E fomos ensinados a comparar,
condicionados a comparar, a sempre comparar. Alguém tem uma
casa melhor, um corpo mais bonito, mais dinheiro, uma
personalidade mais carismática. Compare, continue se comparando
com todo mundo que cruza seu caminho e isso resultará em um grande
ciúme. O ciúme é a conseqüência do condicionamento para se
comparar.
Se, pelo contrário, você parar de se comparar, o ciúme
desaparece. Você passa simplesmente a saber que você é você e
ninguém mais, e nada mais é necessário.
^^
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