quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Me odeie porque eu fazia a sua vida mais colorida...

Meninas e Meninos!!! Ontem conversando com uma amiga. Amiga de pouco tempo e de muitas coisas em comum. Percebi como é muito engraçado o relacionamento entre "exes". Pensando no assunto lembrei de "Quase nada". Com vocês uma música belíssima de Zeca Baleiro (amooo esse feiinho) sobre como sabemos quase nada das pessoas que vivem com a gente. Não sei se por ilusão ou convicção percebemos quem são as pessoas depois que a gente termina. Depois que acaba. Depois que dói. Depois que melhora. Depois que passa a gente ve melhor. Entende melhor. Se culpa menos e se cuida mais. E juntando com isso tudo, meu post de hoje não muito light: "Me odeie".


Quase Nada
Zeca Baleiro
Composição: Zeca Baleiro e Alice Ruiz

De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho

Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo

Noite alta que revele
Um passeio pela pele
Dia claro madrugada
De nós dois não sei mais nada

Se tudo passa como se explica
O amor que fica nessa parada
Amor que chega sem dar aviso
Não é preciso saber mais nada


Me odeie

Quando a gente terminar.
Faz um favor pra mim.
Não me chame.
Não derrame.
Não me ame.
Simplesmente, me odeie.
Odeie porque você ainda confia em mim.
Me odeie porque você ainda precisa dos meus conselhos.
Me odeie porque você ainda pensa em mim.
Me odeie porque você já se acostumou com o meu tom de voz.
Com o meu jeito de andar pela casa.
Com meu jeito de desfazer as malas.
Com meu jeito de desfazer das mágoas.
Me odeie porque já se acostumou com meu jeito de fazer bagunça.
De prender os cabelos.
De te dar bom dia.
Me odeie porque você sente falta até das nossas brigas.
Me odeie porque ainda precisa de mim para colocar as coisas no lugar.
Me odeie porque precisa de mim pra se arrumar.
Me odeie porque eu ainda te faço pensar.
Me odeie porque quando você bebe é pra mim que você liga.
Me odeie porque eu fazia a sua vida mais colorida.
No final de tudo.
Faz um favor pra mim?!
Me odeie.
Porque quem me odeia, me ama duas vezes.
E assim, eu me sinto vingada por não saber te odiar.


^^

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Tem coisas que só o tempo resolve. Tem coisas que só o tempo dissolve...

Meninas e meninos!! Bom dia!!! Acordei mais cedo que de costume hoje. E na hora de escolher uma roupa para mais um dia de trabalho surgiu o post de hoje!! Saí correndo para escrever e ele está aqui!!! Bem cedinho hoje!!!


Presente

Hoje estou usando uma blusa que foi presente de ex.
Que os atuais não nos leiam caso você, por algum acaso do destino, concorda comigo.
Por mais que o tempo tenha passado.
Que o amor tenha acabado.
Ainda lembramos deles.
Não é por querer.
Eu juro.
Mas lembranças chamam lembranças.
Lembramos dos dias.
Das festas.
Das crises.
Das brigas.
Dos lugares.
Dos amigos e dos inimigos que fizemos.
Não acredito que lembrar seja pecado.
Sofrer que é!
Comungo da teoria de que nós não temos alzhimer.
É impossível esquecer as pessoas que passaram por nossas vidas.
Podemos não amar mais.
Não gostar mais.
Mas esquecer, ah!
Isso não dá.
Tem sempre uma lembrança.
Um que.
Um pra que!
Alguma coisa.
Simples detalhes.
Que ficaram.
Que marcaram.
Não que esse ex ainda marque nossas vidas.
Ou que abale nossas estruturas e sentimentos.
Mas acontece é que, um dia, simplesmente, marcou.
E isso não dá para apagar.
Não dá pra negar.
Não dá para brigar.
Nem obrigar a esquecer.
Tem coisas que só o tempo resolve.
Tem coisas que só o tempo dissolve.
Não escolhi a blusa para lembrar.
Quando escolhi a blusa, lembrei.
Hoje é tranquilo encontrar com ele na rua.
É tranquilo trocar palavras.
Gentilezas.
Atender telefonemas maníacos de madrugada, quando o indivíduo bebe de mais.
E cisma que não é quase de manhã e faz uma farofada no seu portão.
Tem coisas que depois que passa a gente ri.
E é exatamente isso.
As lembranças não doem mais.
Não machucam mais.
Simplesmente são engraçadas.
Porque a gente aprende que não é o tempo que muda as pessoas.
Nós mudamos as pessoas.
Extraímos o melhor que elas podiam nos dar.
E hoje eu posso abir um sorriso.
Respirar fundo.
E conviver com essas lembranças.
Porque, simplesmente, eu amo quem ele era.



^^

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Uma boa DR tem que ser chique e inteligente...

Meninas e Meninos comungo da teoria de que uma boa DR tem que ser chique! Tem que inteligente. Não basta falarmos um monte de abrobrinha no calor da briga e fingir que nada aconteceu depois. Brigas desgastam. Magoamos sem querer, querendo. Ofendemos pelo ego ferido. Pisamos, pelo orgulho maldito. DR tem que ser poético. Tem que ser charmoso. Tem que ter estilo. DR tem que falar tudo, sem brigar com nada, obrigar a nada. Tem que ser forte e delicado. DR não pode ofender, mas pode fazer chorar. DR é melhorar. É tentar explicar. É tentar ficar juntos. DR não é terminar.




Estranhezas

"Amor, acho que nosso namoro está estranho."
Amor, eu estou sentindo isso também.
Faz tempo q vc não me chama de linda nem de princesa.
Eu estou fazendo de tudo para que a gente fique bem.
Mas nunca sei como agir.
Se ligo.
Parece que ligo de mais.
Se não ligo você diz que eu estou estranha.
Queria que o seu ciúmes e o seu mau humor me deixassem menos chateada.
Queria poder achar que estou fazendo alguma coisa certa.
Queria acertar pelo menos uma vez.
Eu gosto da sua sinceridade.
Mas, muitas vezes, ela me magoa.
Sei que não sou muito carinhosa.
Mas to tentando melhorar.
To tentando ser.
Queria que a sua insegurança atrapalhasse menos.
Queria te "assustar" menos.
Queria que meu passado incomodasse menos.
Queria, no fundo, um pouco mais de atenção.
Sei que me namorar não é fácil.
Mas te namorar também não tem sido não.
Piso em ovos para não pisar nem em mim.
Nem em você.
Nunca sei qual vai ser a sua reação.
Nunca sei se você estará de bem ou não.
Faz tempo que você não é o mesmo.
Faz tempo.
Porque parece que estamos juntos há muito tempo.
Uns 100 anos mais ou menos.
Pelos fios de cabelos brancos.
Pelas brigas.
Pelos filmes.
Pelas tardes juntos.
Pelas pizzas.
Pelos melhores hamburgueres do mundo.
Estou gostando de estar gostando de você.
Mas pra continuar assim.
Pra mim, não dá!
Estou tendo paciência.
E sei que você também está.
Acho que só temos que sentar e conversar.


^^

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Não quero alguém que morra de amor por mim… (Mário Quintana)

Meninas e meninos!!!! Hoje é segunda!!! Que dia lindo!! Mais uma semaninha que se inicia e eu não consegui parar para escrever. Então, com vocês, um texto, que eu, simplesmente, AMO!!! Mario Quintana apresenta "Certezas". Penso que no fundo, no fundo, o que a gente quer é o que ele fala no texto! Pelo menos, nós, meninas, que por mais que tenhamos assistido inúmeros melodramas mexicanos no SBT, nós não queremos alguém que morra de amores pela gente!!! Tudo bem, que algumas podem até não ser tão "melosas" quanto o texto (exige, demonstra - não encontrei o termo), mas pelo menos, na TPM, nós queremos um alguém que esteja junto da gente dando aquele abraço gostoso no final do dia!!


Certezas, por Mário Quintana


Não quero alguém que morra de amor por mim…
Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.
Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo,
quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.
Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim…
Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível…
E que esse momento será inesquecível..
Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre…
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.
Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém…
e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos,
que faço falta quando não estou por perto.
Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras,
alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho…
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons
sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente
importa, que é meu sentimento… e não brinque com ele.
E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca
cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.
Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter
forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe…
Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia,
e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos,
talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas…
Que a esperança nunca me pareça um “não” que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como “sim”.
Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder
dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim,
sem ter de me preocupar com terceiros…
Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.
Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão…
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas,
que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim…
e que valeu a pena.


^^

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Então me diz qual é a graça de já saber o fim da estrada, quando se parte rumo ao nada?

Meninas e Meninos!! Viva sexta!!! Estou com olheiras de um guaxinin, mas por boa causa! Conversar com as amigas até tarde da noite no msn não tem preço!!! E nada que uma boa maquiagem não resolva!!! Corretivo pra que te quero!!!
Ontem no meio das conversas, atropeladas e atrapalhadas. Entre tombos, recaídas, choros disfarçados. Disfarces. Lembrei dessa música. E é incrível. Ela marcou um momento meu em 2008.1 e eu queria dividir isso com vocês.


A Seta e o Alvo

Eu falo de amor à vida,
Você de medo da morte.
Eu falo da força do acaso
E você de azar ou sorte.
Eu ando num labirinto
E você numa estrada em linha reta.
Te chamo pra festa,
Mas você só quer atingir sua meta.
Sua meta é a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Eu olho pro infinito
E você de óculos escuros.
Eu digo: "Te amo!"
E você só acredita quando eu juro.
Eu lanço minha alma no espaço,
Você pisa os pés na terra.
Eu experimento o futuro
E você só lamenta não ser o que era.
E o que era?
Era a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Eu grito por liberdade,
Você deixa a porta se fechar.
Eu quero saber a verdade
E você se preocupa em não se machucar.
Eu corro todos os riscos,
Você diz que não tem mais vontade.
Eu me ofereço inteiro
E você se satisfaz com metade.
É a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa não te espera!
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?
Sempre a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?


Eu comungo da teoria de que pessoas amam pessoas de diferentes maneiras que pessoas amam pessoas.
As pessoas são diferentes.
Nada mais justo que gostarem diferentes.
De demonstrarem isso diferente.
Só que chega a um momento.
Nós, mulheres, fazemos isso com mais convicção.
Nos apegamos a simples detalhes.
Singelas ações.
Míseros bom dia.
Nos seguramos em pequenos galhos depois que o tronco ja caiu.
Entramos num relacionamento já sabendo o que vai acontecer.
Sabemos que somos muito diferentes.
Sabemos que não temos muita coisa parecida.
Sabemos que no fundo, não combinamos.
Mas, insistimos.
Queremos, que alguma vez dê certo.
Achamos que está certo.
Algumas diferenças são saudáveis.
Algumas discussões são essenciais.
Divergências são bem vindas.
O problema é que muita diferença atrapalha o diálogo.
Temos que aprender com a diferença e não torna-la indiferença.
Temos que entender que foi bom enquanto durou.
Que se acabou.
Deu certo o tempo que foi para dar certo.
Pode ter sido curto.
Ou longo.
Mas durou o quanto suportávamos para fazer duras.
Relacionamento é uma plantinha.
Mas passarinho que tem dois donos morre de fome.
As pessoas são diferentes.
Só que o objetivo.
O alvo tem que ser o mesmo.
A meta tem que ser a mesma.
Embora as setas sejam, completamente, diferentes.



^^


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Quando a vida decepciona continue a nadar, a nadar...

Meninas e Meninos!!! Textinho antigo!! Tinha esquecido dele aqui!! #história de filmes hoje tem Procurando Nemo. Acho um filminho muito fofo, confesso que tenho e assisto de vez em quando!!

#históriadefilmes


Nada

Quando eu pergunto: "E aí, tudo bem?"
Adoro quando ganho de resposta: Ah! tudo indo!"
Pois que ótimo que "tá tudo indo"!
O que não pode é parar.
"Quando a vida decepciona continue a nadar,
a nadar.
a nadar.
a nadar."
Não sei se vocês se lembram.
Mas essa musiquinha é de "Procurando Nemo"
O filme tem várias mensagens bacanas.
Motivacionais.
Mas o que eu quero pegar aqui é: o que estamos procurando?
O que eu estou procurando?
O que você está procurando?
O que nós estamos procurando?
Na história, o pai do Nemo procura por ele.
O pai morria de medo do mar azul.
Mas a vontade, o desejo de "recuperar" o filhote era maior.
A vontade de reaver seu tesouro era melhor.
Quantas de nós perdemos tesouros ao longo do caminho?!
Marido.
Namorado.
Ficante.
Filho.
Emprego.
Estima.
Felicidade.
Paciência.
Amor próprio.
Estamos sempre perdendo alguma coisa.
E quando a gente perde, dóí.
A gente pode espernear.
Pode chorar.
Pode ficar triste.
O que a gente não pode fazer é desistir.
Medo todo mundo tem.
Passado todo mundo tem.
Frustrações todo mundo tem.
Mas a força de vontade tem que ser maior.
Não podemos nos arriscar de graça.
Temos que ter objetivo.
Temos que saber o que estamos procurando.
Temos que entender se o que a gente perdeu vale a pena procurar.
E se a gente encontrar o que estamos procurando.
Se no, fundo.
Vale a pena ficar com aquilo.
Se vale a pena todo o risco corrido.
Não estou dizendo para não tentar.
Não correr.
Não arriscar.
Só estou dizendo.
Que se por algum acaso do destino isso tudo não valer de nada.
Continue a nadar.
A nadar.
A nadar.


^^

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Amor não é outdoor. Amor é mídia alternativa...

Meninas e Meninos!!! Post mais que atrasado hoje!!! Sei que algumas pessoas acharam o "Outdoor" um pouco radical de mais, para mim é, apenas, exagerado, confesso!! O Cazuza era exagerado, a Hebe é exagerada. Eu sou exagerada também! O texto de hoje é sobre os detalhes do dia dia que fazem toda a diferença num relacionamento. Muitos, talvez, nem reparem. Ou reparam e não comentam. Então... a partir de hoje comentem. Elogiem. Falem! Não deixem que o silêncio pareça, simplesmente, indiferença.



Mídia Alternativa

Amor é ter a mesma fitinha amarrada no braço.
É gostar das mesmas coisas ou não.
É rir das mesmas coisas ou não.
Mas é fazer rir, quando um só pensa em sentar e chorar.
É levantar e sacudir a poeira do outro, quando o outro não quer.
É contestar.
É não deixar parar.
É estar junto, mesmo na distância.
É estar junto quando o mar não está para peixe.
É querer o bem do outro.
É não se anular.
Em alguns momentos, é brigar.
É tentar acertar.
É colocar os pontos nos i's e nos j's, se precisar.
É rir da piada sem graça.
É achar graça nas mancadas.
É combinar a cor do vestido com a gravata.
É combinar o esmalte com a cor da camisa.
É reparar no corte de cabelo.
É bagunçar o cabelo.
É fazer cosquinhas.
Já disse, antes, que é espremer as espinhas.
Amar é pesquisar.
É desvendar.
É brincar.
É correr ao encontro.
É encontrar.
É aquele abraço no final do dia para recarregar as energias.
É arrumar a cama.
Bagunçar as bagunças.
Se perder na arrumação.
É perder a hora.
É brincar com as horas.
É não ter hora.
É escrever bilhetinhos e deixar nos bolsos das calças.
Esconder beijos pela casa.
É Ligar no meio da tarde pra dizer que está com saudade.
É quebrar a rotina.
É bordar o nome dele numa faixa.
Amor é bom dia.
Amor é dia dia.
Amor não é outdoor.
Amor é mídia alternativa.
É querer dividir, com o outro, os pequenos detalhes da vida.


^^

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A carne é forte e a alma é fraca... (By Carpinejar)

Meninas e Meninos!!! Achei esse texto do Carpinejar no "Mulher Perdigueira", confesso que tinha me esquecido dele. Gosto muito da maneira como o Fabro, bacanamente, trata determinados assunto! Com vocês, o situlmente picante "A carne é forte".


A carne é forte

Eu confessei todos os pecados de velho quando criança.
Ficar na fila para se confessar já era um despropósito.
Adivinhava qual era o padre que me ouvia pela voz fanhosa ou pelo sotaque italiano.
Havia o Alfredo e o Laércio. Padre tinha nome antigo, de moeda da Grécia.
Nascia e morria num dicionário de Latim.
Pensava que o sacerdote usava a janelinha de proteção por estar gripado.
Vivia gripado.
Todos os meus pecados eram um único: bater punheta. Mudava apenas o dia e o horário.
Não, não dizia bater punheta. Eu bati punheta somente quando adulto.
Eu dizia: eu me toquei, padre.
"Eu me toquei às 13h, eu me toquei às 18h, eu me toquei às 21h".
Vivia me tocando.
Torturado por não ir ao céu, confidenciava por quem me tocava. Acho que não precisava, mas pecado bom é com detalhe.
O padre conheceu minhas fantasias eróticas melhor do que qualquer mulher. A infância do meu erotismo.
Quando disse que sonhei com a faxineira da igreja, ele me penitenciou com a maior carga tributária de ave-maria e pai-nosso do bairro, o que sugere que estaria apaixonado por ela.
Largava o mesmo conselho diante da minha sucessão ejaculatória: "Pára de coçar, menino. A carne é fraca, querido, a carne é fraca".
Até hoje não posso ouvir a palavra coçar que sou transportado pelo riso para a sacristia da Igreja São Sebastião.
Depois de dois casamentos, mereço uma conversa séria com o menino que fui.
Podemos casar sem sexo. Mas amar depende de sexo forte e intenso. A alma é complacente, logo aceita qualquer migalha. O corpo, não. Orgulhoso de seu gosto, briguento, ferrenho. Não descansará se não for saciado.
O corpo tem muito espaço para ser escrito. Não esquecemos do que foi lido em nossa nudez.
Se o cheiro não atrai, inútil apelar para as gentilezas.
É o cheiro que chama, o cheiro que abraça, o cheiro que aperta. O cheiro das pernas, o cheiro da nuca, o cheiro dos cotovelos, o cheiro dos joelhos.
O cheiro da voz beijando, lambendo, chupando.
Sou forçado a avisar a criança da década de 70 - antes que ela se perca de novo - que a carne é forte e a alma é fraca.
No paraíso ou no inferno, quero o estorno de meus pecados. Tenho crédito em a ver.



^^

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Me reservo alguns preconceitos básicos...

Meninas e Meninos!! Hoje é segunda!! Entrei eu, por um acaso do destino, no Orkut, e me deparei com "atualizações recentes". O espaço destinado para os casais declararem suas vitórias e derrotas amorosas!! Álbuns com o título de "Recomeçar", "Estou vivendo a minha vida" são sintomas de amores desfeitos. "Muito apaixonada", "Muito feliz com você", "Pra sempre" e "Vida" são sintomas de amor novo!! Pensei sobre quantos amigos vi por ali mudando "solteiro" para "namorando" e "namorando" para "solteiro" umas 3x por semana!! Pensando nisso, surgiu texto abaixo!


"Se amanhã nao for nada disso.
Caberá só a mim esquecer.
O que eu ganho
e o que eu perco
ninguém precisa saber..."


Outdoor

Me reservo alguns preconceitos básicos.
Não troco o status do Orkut para namorando.
Não coloco "in a relationship" no Facebook.
Quanto mais coloco foto apaixonada no msn.
Muito menos declarações de amor no nickname.
Ah! Declaração eu ja fiz.
Tinha 17 anos.
Então, não conta.
E até mesmo senha.
Senha de qualquer um dos anteriores?
Só minhas amigas que as tem.
Isso não quer dizer que eu não goste da pessoa.
Nunca.
Longe de mim.
Posso estar gostando.
Posso estar me envolvendo.
Estar apaixonada.
Só não gosto de nada muito explanado.
Não gosto que tomem conta da minha vida.
Não quero que visitem minha página só para conferir.
Não quero que entrem para dar palpites.
Não quero palpites.
Não quero comentário.
Não quero que as amigas dele me adicionem.
Não quero que as amigas da ex dele façam o mesmo.
Não quero que me vigiem.
Posso ter um álbum fantástico.
Maravilhoso.
Com 63 fotos apaixonadas.
Fotos dos passeios.
Das viagens.
Dos beijos apaixonados.
Fotos da gente feliz vida.
Mas.
Porém.
Entretanto.
Toda vida.
Vai ser um álbum travado.
Se não só para os dois.
No máximo para os amigos mais próximos.
Sei que pareço fria.
Pareço calculista.
Pareço muito desconfiada.
Pareço um vilão ou espião de histórias em quadrinhos.
Mas, sei lá!
Depois de uma briga.
Ou algum desentendimento, profundo, qualquer.
Não preciso morrer de depressão para tirar o "namorando".
Chorar ao desfazer das fotos.
Pensar duas vezes se apago ou não o depoimento por causa de um novo namorico.
Ou por aquelas verdades, não serem tão verdades mais.
Não preciso prestar conta para a "comunidade".
Não preciso dizer se acabou ou não.
Não preciso explicar por que acabou ou não.
Nem contar o tempo que durou.
E se voltar.
Não preciso explanar.
Se não voltar, não precisa doer.
Não preciso divulgar.
Não preciso anunciar no rádio, no orkut, no face, no msn ou na TV.
Amor não é outdoor.
Se eu estou feliz com alguém.
Namorando alguém.
Gostando de alguém.
Quem tem que saber disso é ele.
Ele e os nossos advogados.



^^

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A mulher bebe do veneno para apressar a cura... (by Carpinejar)

Meninas e meninos!!! Viva a Sexta!!! Sexta é sempre dia de muita correria, graças a Deus!! Então consegui parar para escrever! Então deixo vocês na companhia, agradabilíssima, de mais um texto do Carpinejar!!

Ah! Os grifos são meus!!!


Canalha Arrependido,
por Fabricio Carpinejar


O amor é sacana. Ninguém está imune. Ninguém confere certidão de casamento, de nascimento ou de óbito para se envolver. Vai virar o rosto para os compromissos. Não queremos nos apaixonar e nos apaixonamos. O cara não presta e seguimos em frente. Vimos que ela é interesseira e fechamos os ouvidos. Contrariamos os próprios conselhos porque o amor é sacana. Contrariamos as crenças porque o amor é sacana. O amor abre até as portas deitadas.

Acredito que existe o conto de fadas do canalha, versão adulta e pornô do Patinho Feio. A mulher percebe que o sujeito não é flor que se cheire, fala para todo mundo da aversão ao comportamento dele, um tanto machista e presunçoso. Nota que sai com diversas mulheres, uma em cada noite. É o típico homem que sofre da infidelidade congênita. O que ela faz? Era de se esperar que mantivesse distância. Entretanto, ela se apaixona. Não há vacina ao desejo, talvez o único remédio que o neutralize, mesmo que não cure completamente, são as pantufas. Pantufas grandes e hirsutas, histéricas e velhas, afugentam a sensualidade. É o contraponto ao excitante salto alto.

A mulher bebe do veneno para apressar a cura. É tomada de uma fúria santa, doida, inexplicável pelo canalha. A hostilidade atrai, inquieta, desestabiliza. Não, ela não deseja o canalha, é capaz de desejá-lo durante uns dias, pela vida inteira não. Aspira à conversão. Assume um misticismo sexual. Calcula uma saída à geometria de músculos e fúria, como se ele fosse um cavalo selvagem a ser contido pela sela. Confia que será diferente com ela.

Ela salvará o canalha. Ele foi canalha porque não a conheceu antes.Canalha Antes de Cristo. Já cogita casamento e filhos, uma casa com pátio ou um apartamento com varanda. Aposta alto com as armas que dispõe, o ciúme e a posse. Bate ainda um orgulho competitivo de mostrar às ex do canalha que conseguiu corrigi-lo.Só mulher entende esse duelo de memórias, essa vingança velada e implícita.

O canalha tampouco ambiciona ser viúvo de seus vícios. Espera receber alta, pode não conseguir, pode tentar e fracassar. Dorme pouco para não perder a chegada da paz de manhã. Espera uma paixão redentora para reaver a adolescência e voltar a sentir o tremor das pernas. Anseia superar a indiferença que o impele a dispensar as mulheres e abreviar os relacionamentos. Aguarda ter novamente a insegurança das palavras, o risco de ser magoado e magoar. O canalhaestá cansado de sua reputação, do esforço para manter a fama de cafajeste, da rotina de não se importar.

É difícil, é raro, duro de suportar, mas o maior amor, o amor mais leal e puro, pode vir de um canalha arrependido.



^^

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

No fundo, no fundo sentimentos não são fáceis de mudar...

Meninas e Meninos!! Hoje comprei o DVD da Bela e a Fera. Nem me lembro da ultima vez que assisti, mas lembro que adorava a valsa da Bela e a Fera.
Ela linda, com seu vestido amarelo (que todas nós queríamos ter um igual) descendo as escadas e ele muito elegante e arrumado. Confesso, que sempre preferi o Fera! Eu não gostava quando ele se tornava príncipe. Acho que ficava faltando alguma coisa, mas sobre isso, escrevo depois. Então, lembrando da música que toca de fundo, escrevi o post de hoje!


"Sentimentos são fáceis de mudar
Mesmo entre quem não vê que alguém pode ser seu par
Basta um olhar que o outro não espera
Para assustar e até perturbar, mesmo a Bela e a Fera
Sentimento assim, sempre é uma surpresa
Quando ele vem nada o detém
É uma chama acesa..."


Defeitos

Entramos em um relacionamento querendo que o outro mude.
Mude o corte de cabelo.
Mude o estilo de vestir.
Mude o humor.
Mude o jeito de falar.
Mude as atitudes.
Mude os sentimentos
Mude as amizades.
Mude com as amigas.
Mude com a família.
Mude de carro.
Mude de moto.
Acredito que queremos que tudo mude por uma necessidade natural.
Queremos que os outros se adaptem aos nossos erros e defeitos.
Simples assim.
Mude você.
Não mudo eu.
É assim.
Com complexo de umbigo gigante.
Achamos que o mundo gira em torno dele.
Não temos defeitos.
Não temos amizades "ruins".
Não temos hábitos irritantes.
Não irritamos.
Não erramos.
Não cometemos equivocos.
Nem gafes.
Nem temos TPM?!
Ah! Isso a gente assume que tem!
Somos complicadas e perfeitinhas.
Talvez por culpa da mãe.
Da avó.
Da criação.
Dos desenhos.
Dos contos de fadas.
Acreditamos que todo mundo tem que nos entender.
Nos atender.
Nos compreender.
Nos amar.
Nos aceitar.
Aceitar as "princesinhas" assim.
E nós não os aceitamos "assados".
Não estou dizendo para não querer "melhorar" o gato.
Porque todas nós chamamos isso de "melhorar".
Malévolamente queremos ajudá-los a se tornarem pessoas melhores.
Acredito que em um relacionamento tem que existir um auxílio mútuo.
E isso envolve, crescer juntos.
Tentar se entender juntos.
Talvez, brigar juntos.
Só que queremos tanto mudar o outro que não percebemos os nossos defeitos.
Não percebemos que é dificil lidar com a gente.
O quanto é difícil conviver com a gente.
Como é complicado amar a gente.
No fundo, no fundo.
Sentimentos não são fáceis de mudar.



^^

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Carrego essa cruz e nosso amor vai ficando corcunda... (by Gabito Nunes)

Meninas, hoje, num dia de muito calor, muito trabalho e muita #tpmfeelings não consegui escrever, confesso!! O texto não é meu. É do Gabito Nunes (@carascomoeu ). Podem seguir!!! Eu gosto muito do estilo dele. Da cadência. Do charme. Da malícia. Particularmente, esse texto me atrai. Talvez os meninos que não nasceram MacGyver se identifiquem com ele. Com vocês: "Homem perfeito é a mãe."

Anote: Seu sogro pode ter pelos na orelha, matado alguém e ser bêbado. Você jamais terá hombridade equivalente.

Homem perfeito é a mãe, por Gabito Nunes

Alguém, não sei quem, andou ventilando o boato de que seria eu um exemplar - talvez exclusivo - do mítico homem perfeito, o don juan do imaginário feminino. O primeiro lampejo que cruza meu juízo acerca do fenômeno é a decadência do nível de exigência feminino ou que estamos na iminência de uma descoberta científica: repetidas desilusões amorosas afetam os neurônios. Em terra de blecaute, quem mantém a chama acesa é rei. Pode ser isso.

Eu juro. Nunca escrevi com o intuito de comer alguém. Mas já que... né? Então. Pra quem não sabe, passei a namorar uma fã (nem vem, há duzentos anos o Mick Jagger faz o mesmo e ninguém amola). Nos conhecemos no tuíter. Marcávamos nossos encontros com harshtags. Atrás de seus olhinhos castanhos e acelerados de paixão, ela também me platonizou, fez de mim um bravo, corpulento e adocicado merecedor inconteste de seus óvulos. Um pouco além e ela me visualizaria por entre prédios com uma cueca vermelha sobre a sedosa calça azul.

Bem. Ela desmentiria tal lenda, até com algum prazer e alívio, esfregando os carrinhos. Quatro meses já são suficientes pra aplacar com o polegar minha injusta reputação. "Homem perfeito é a mãe!", esbravejaria. Todo dia ela faz um strip-tease dos meus predicados. Me devolve à mortalidade. Me lembra de cortar unhas do pé, como fazem os comuns. "Achei que fosse mais alto". "Imaginei essa pinta mais pro lado do umbigo". "Nunca passou por minha cabeça que você ouvisse Raimundo Fágner". Pois é.

Carrego essa cruz e nosso amor vai ficando corcunda. É triste. A primeira briga, não faz tempo. Caro leitor, você precisava ver a carinha de decepção dela e das criancinhas naquela festa de oito anos quando eu, visivelmente encabulado, anunciei pra setenta expectadores: - Mas amorzinho, eu não sei fazer mágica. Eu sou escritor. "Então, vai ver preciso de um mágico!". E saiu toureando porta afora, com o calor da nasal gaseificando lágrimas de desencanto. É brabo.

Cortamos a fita da primogênita crise no domingo. Aparentemente porque sou incapaz de substituir o fio corrompido de uma sanduicheira. "Essa sanduicheira é importante pra mim, conto contigo". Putz, lá vem. E veio. "Como assim não sabe trocar um fio? Dê-me isso, pedirei a meu pai". Anote: seu sogro pode ter pelos na orelha, matado alguém e ser bêbado. Você jamais terá hombridade equivalente. Vide a psicanálise. Pai é referência. Pai é marido. Pai é pai. Pai sim é herói.

Mas eu sou escritor. Tudo posso. Rá! Tasquei-a pelo braço e no melhor estilo Clark Gable proferi uma linha típica do cinema: - Agora você vai me ouvir. Não sou seu pai, não sou perfeito, não sou super-herói e não sei trocar a porra de um fio de sanduicheira, entendido? Ah, nem gosto muito de aparar unhas! Mas eu sei a marca de suco que você gosta, considero sua intolerância à lactose, reviso seu TCC e gasto horas com preliminares quando eu poderia estar fazendo o download da segunda temporada de "The Big Band Theory". Acha pouco?

Teimosa e venenosa, como boa e fogosa escorpiana, teve a audácia de retrucar minha fala irretocável. "É pouco pra ser meu marido". Mas é aí que me refiro, criatura. Não nasci pra ser marido. Não tenho vocação pra Teodoro. Escritor não é pai, é namorado. E namorado é amante. E amante não resolve goteira, não instala cortina, nunca ouviu falar em buchas. Serviço doméstico de amante é bagunçar lençol. Homem perfeito não é a mãe. É o pai.


^^

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Faço um inferno para esquentar o inverno. Metade para mim não adianta...

Meninas, o post de hoje é baseado no post de ontem! Sei que algumas não concordaram com o Carpinejar em "Mulher Perdigueira", mas quem nunca se deu a uma perdigueirice qualquer. Quem nunca tentou, ou nunca quis tentar. Cenas de ciúmes, pelo menos imaginadas, por trás da pose de menina moderna. Você pode até não ter sido a "menininha", "princesinha", "nhinhinhinha" aquelas do estilo que miam em uma relação, mas experimente ser uma "perdigueirinha" de vez em quando. Ser perdigueira não é brigar por nada. Não é fazer escândalo em todas as esquinas. É viver em paz com o ciúmes, que, segundo Carpinejar, o Zezé de Camargo e o Luciano, o que mata uma relação, é, simplesmente, a indiferença.


"É a sua indiferença que me mata
Que me mata, que me mata
Coração divide em dois na sua falta
Na sua falta, na sua falta...
"


Perdigueirices

Eu sou uma mulher perdigueira.
Não assumo isso para todo mundo.
Não assumo com tanta frequência.
Acredito que vocês também não.
Mas eu ligo.
Eu passo na porta.
Mando e-mail.
Deixo recado na caixa postal.
Tenho o telefone da mãe.
Da tia.
Do periquito.
Do papagaio.
Posso não ligar.
Mas se um dia, eu precisar.
Eu ligo.
Eu encho o saco.
Eu pego no pé.
Pego na mão.
Nos cabelos.
No pescoço.
Faço um inferno para esquentar o inverno.
Metade para mim não adianta.
Quando quero.
Quero inteiro.
Invento desculpas para as culpas.
Passo em frente ao portão.
Decoro a placa do carro.
Odeio as amigas.
Odeio os papos furados.
Odeio os sábados sem ele.
Desvendo crimes para descobrir que horas voltou pra casa.
O olho faz curva para conferir o cadeado pelo lado de dentro do portão.
Farejo traquinagens.
Fantasio confusões.
Dou plantão.
Faço pose.
Vigio o sono.
Escolho os sonhos.
Vasculho os bolsos.
Cheiro as camisas.
Observo o olhar.
Confiro as idas e voltas do pescoço.
Conheço as linhas das mãos.
Leio o futuro.
Leio o pensamento.
Leio nas entrelinhas e disfarço.
Desfaço.
Desfaço da minha enjoeira.
Da minha cegueira.
Da minha insegurança.
Desfaço da minha imaturidade.
Disfarço o meu ciúme.
Desculpa, se no fundo, não consigo disfarçar tão bem assim.
Mas no fim, enfim.
Pelo menos eu tento.


^^

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Não me dê poder que escravizo. Não me dê espaço que cultivo...

Meninas, textinho de hoje novamente do Carpinejar!! Amo de paixão!! Amanhã vocês vão entender. Quem se identificar com o texto pode comer um cupcake antes do Carnaval!!

obs: Os grifos são meus!!



Mulher perdigueira, por Fabricio Carpinejar


Meus amigos reclamam quando suas namoradas o perseguem. Lamentam o barraco do ciúme, a insistência dos telefonemas para falarem praticamente nada, o cerceamento dos horários.

Sempre as mesmas tramas de tolhimento da liberdade, que todos concordam e soltam gargalhadas buscando um refúgio para respirar.

Eu me faço de surdo.

Fico com vontade de pedir emprestada a chave da prisão para passar o domingo. Acho o controle comovente. Invejável.

Não sou favorável à indiferença, à independência, ao casamento sartreano. Fui criado para fazer um puxadinho, agregar família, reunir dissidentes, explodir em verdades. Duas casas diferentes já é viagem, não me serve.

Aspiro ao casamento pirandelliano, um à procura permanente do outro. Sou um totalitário na paixão. Um tirano. Um ditador. Não me dê poder que escravizo. Não me dê espaço que cultivo. Não me eleja democraticamente que mudo a constituição e emendo os mandatos.

Quero uma mulher perdigueira, possessiva, que me ligue a cada quinze minutos para contar de uma ideia ou de uma nova invenção para salvar as finanças, quero uma mulher que ame meus amigos e odeie qualquer amiga que se aproxime. Que arda de ciúme imaginário para prevenir o que nem aconteceu. Que seja escandalosa na briga e me amaldiçoe se abandoná-la. Que faça trabalhos em terreiro para me assustar e me banhe de noite com o sal grosso de sua nudez. Que feche meu corpo quando sair de casa, que descosture meu corpo quando voltar. Que brigue pelo meu excesso de compromissos, que me fale barbaridades sob pressão e ternuras delicadíssimas ao despertar. Que peça desculpa depois do desespero e me beije chorando.

A mulher que ninguém quer, eu quero. Contraditória, incoerente, descabida. Que me envergonhe para respeitá-la. Que me reconheça para nos fortalecer.

A mulher que não sabe amar recuando e não tolera que eu ame atrasado. Que parcele em dez vezes seu dia, que não pague a conversa à vista na hora do jantar, que não junte suas notícias para contar de noite como um relatório. Admiro os bocados, as porções, as ninharias. Alegria pequena e preciosa de respirar rente ao seu nariz e definir com que roupa vou ao serviço.

O amor é uma comissão de inquérito, é abrir as contas, é grampear o telefone, é cheirar as camisas. É também o perdão, não conseguir dormir sem fazer as pazes.

O amor é cobrança, dor-de-cotovelo, não aceitar uma vida pela metade, não confundi-la com segurança. Exigir mais vontade quando ela se ofereceu inteira. Enlouquecê-la para pentear seus cabelos antes do vento. Enervá-la para que diga que não a entende. E entender menos e precisar mais.

Quem aspira ao conforto que se conserve solteiro. Eu me entrego para dependência. Não há nada mais agradável do que misturar os defeitos com as virtudes e perder as contas na partilha.

Não há nada mais valioso do que trabalhar integralmente para uma história. Não raciocinar outra coisa senão cortejá-la: avisá-la para espiar a lua cheia, recordar do varal quando começa a chover, decorar uma música para surpreendê-la, sublinhar uma frase para guardá-la.

Sou doido, mas doido varrido. Bem limpo. Aprendi a usar furadeira e agora entro fácil em parafuso. Quero uma mulher imatura, que possa adoecer e se recuperar do meu lado. Uma mulher que me provoque quando não estou a fim. Que dance em minhas costas para me reconciliar com o passado. Que me acalme quando estou no fim do filtro. Que me emagreça de ofensas.

Não me interessa um tempo comigo quando posso dividir a eternidade com alguém.

Quero uma mulher que esqueça o nome de seu pai e de sua mãe para nascer em meus olhos. Em todo momento. A toda hora. Incansavelmente. E que eu esteja apaixonado para nunca desmerecê-la, que esteja apaixonado para não diminuí-la aos amigos.



^^

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Em homenagem ao #carpinejarday : Canalha como pós-graduação do "sem-vergonha"...

Meninas, hoje é sexta!!! #GlóriaaVósSenhor

Ontem rolou o #carpinejarday no twitter. Para quem não conhece, Fabricio Carpinejar ( @CARPINEJAR ), ou simplesmente Fabro é um autor que amo de paixão. Cronista, cabuloso e fabuloso. Simplesmente phoda! Tenho 02 livros dele, um autografado graças à minha irmã Tetezilda. Abaixo, o primeiro texto dele que eu li! Me apaixonei pela sensibilidade magnífica e indescritível com que ele escreve. Como ele escreve! Com vocês: Adorável CA-NA-LHA!


Adorável Canalha, por Fabricio Carpinejar

É um defeito, mas nada mais delicioso do que ouvir de uma mulher: "CANALHA!"

Ser chamado de "canalha" por uma voz feminina é o domingo da língua portuguesa. O som reboa redondo. Os lábios da palavra são carnudos. Vontade de morder com os ouvidos. Aproximar-se da porta e apanhar a respiração do quarto pela fechadura.

Canalha, definitivo como um estampido, como um tapa. Não ser chamado de canalha pela maldade, mas por mérito da malícia, como virtude da insinuação, pelo atrevimento sugestivo. Não o canalha canalha, mas o ca-na-lha, sem repetição. Único. Irrepetível. Não o canalha que deixa a mulher, o canalha que permanece junto. O canalha adorável que ultrapassou o sinal vermelho para levá-la. O canalha que é rude, nunca por falta de educação, para acentuar a violência do amor. Canalha por opção, não devido a uma infelicidade e limitação intelectual. Canalha em nome da inteligência do corpo.

O canalha. Como um elogio. Um elogio para dizer que é impossível domesticar esse homem, é impossível conter, é impossível fugir dele. Canalha como pós-graduação do "sem-vergonha".

Bem diferente de crápula, que não é sensual e define o mau-caratismo indelével, ou do cafajeste, alguém que não presta nem para ser canalha, de índole egoísta e aproveitadora.

Eu me arrepio ao escutar canalha. Um canalha que significa o contrário do dicionário. Nem perca tempo consultando o Aurélio e o Houaiss, que não incluem o sentimento da pronúncia. Estou falando do canalha que suscita aproximação, abraço, desejo. Um canalha que é um pedido de casamento entre as vogais.

É pelas expressões que se define a segurança masculina. Sempre duvidei de homem que diz que vai fazer xixi. Xixi é coisa de criança. Eu não represo a gargalhada quando um amigo adulto e de vida feita comenta que vai fazer xixi. Imagino o cara sentado. Infantil, como Ivo viu a uva. Já urinar é muito laboratorial. Prefiro mijar, direto, rápido e verdadeiro. As árvores mijam. Os relâmpagos mijam. Os cachorros mijam para demarcar seu território. Aliás, o correto é não anunciar, ir ao banheiro apenas, para evitar constrangimentos vocabulares.

Canalha funciona como uma agressão íntima. Uma agressão afetuosa. Uma provocação. Não se está concluindo, é uma pergunta. Canalha é uma interrogação gostosa.

Não ficarei triste se esquecer meu nome, chame-me de canalha.



^^

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Por Você eu não dançaria tango no teto. Eu não limparia os trilhos do metrô...

Meninas!! Novamente dia corrido!!! Muito calor e dai-me Deus muita paciência!! #amém

O post de hoje é a minha releitura de "Por você" do Frejat. Amo essa música. Acho muito bacana, porém não acredito que amor seja sinônimo de sacrifício.
Amor é querer estar perto.
É querer estar junto.
É querer melhorar e crescer junto.
Crescer implica mudanças.
Mudanças requer maturidade.
Maturidade para entender que se sacrificar por um relacionamento pode não ser tão bom assim.


Por você

Por Você
Eu não dançaria tango no teto
Eu não limparia
Os trilhos do metrô
Eu não iria a pé
Do Rio à Salvador...
Eu até aceitaria
A vida como ela é
Mas, não viajaria a prazo
Pro inferno
Eu não tomaria banho gelado
No inverno...
Por Você!
Eu não deixaria de beber
Por Você!
Eu posso até ficaria rico num mês
Eu já durmo de meia
e não sou burguês...
Eu não mudaria
O meu nome
Eu não viveria
Em greve de fome
Mas, desejaria todo o dia
O mesmo homem...
Por Você! Por Você!
Por Você! Por Você!
Por Você!
Conseguiria até ficar alegre
Mas, não pintaria todo o céu
De vermelho (eu gosto dele azul)
Eu não teria mais herdeiros
Que um coelho..
Eu até aceitaria
A vida como ela é
Mas, não viajaria à prazo
Pro inferno
Eu não tomaria banho gelado
No inverno...
Eu não mudaria
O meu nome
Eu não viveria
Em greve de fome
Mas, desejaria todo o dia
O mesmo homem...
Por Você! Por Você!
Por Você! Por Você!
Nã Nã Nã Nã Nã...
Eu não mudaria
o meu nome
Eu não viveria
Em greve de fome
Mas, desejaria todo o dia
O mesmo homem...
Por Você! Por Você!
Por Você! Por Você!
Por Você! Por Você!
Por Você! Por Você!
Por Você! Por Você!


^^

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

E é assim quando a gente se apaixona. Passa por cima de tudo...

Meninas, hoje o dia foi de correria, por isso o post só saiu agora!!! Espero que gostem. Análise de mais um filminho.

#histódiadefilmes : A pequena sereia

Ida e volta

Todas nós gostamos de ser chamadas de princesas.
Gostamos de ser as princesas.
Nos acostumamos a viver no aconchego do nosso lar.
Sob as asas e a custódia dos nossos pais.
Não saimos de casa para nao ter conforto fora.
Algumas até saem, mudam de cidade.
Resolvem viver a vida.
Viver por elas.
Para elas.
Por um ideal.
Algumas mudam de vida por um amor.
Alguém se lembra de A pequena sereia?
"Lá eles andam o dia inteiro,
Lá são escravos do dinheiro.
Eu vivo atoa,
Bem numa boa aqui no mar"
Só para refrescar.
É a história de uma sereia que se apaixona por um humano.
Para andar ela faz um acordo com a bruxa Ùrsula.
Ao ganhar pernas perde a voz.
Quantas aí.
Por causa de algum doce Don Juan largaram tudo.
Casa.
Família.
Dinheiro.
Ganharam pernas para correr.
Correram.
Correram.
E por vezes, quase morreram na praia?!
E é assim quando a gente se apaixona.
Passa por cima de tudo.
Da familia.
Dos amigos.
Do orgulho.
Do amor próprio.
Tá que, às vezes, vale a pena.
Mas outras, não.
No caso da Ariel ela conseguiu sua voz de volta.
Continuou com pernas e ganhou a benção do pai.
A história é um conto de fada.
Todo conto de fada tem o final feliz.
É mágico.
É encantado.
Porém.
Na realidade, de verdade, o príncipe pode não beija a moça.
Às vezes, ganhamos pernas e perdemos a voz num relacionamento conturbado.
Não estou dizendo para não tentar.
Não.
Temos que tentar.
Temos que nos arriscar.
Vivemos por tentativa.
Não estou dizendo para não ir.
Mas que vá com dinheiro para voltar.
Não compre somente a passagem de ida.
Guarde reservas para a de volta, se precisar.
Que por mais que no final não tenha dado muito certo.
Você tentou.
Foi firme.
Foi forte.
Foi você.
Só não deixe ninguém tirar a sua voz.


^^

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Eu sempre achei essa a parte mais nojenta do relacionamento. O fatídico momento de espremer as espinhas...

Meninas, textinho que surgiu na minha cabeça esses dias, mas não estava conseguindo escrever!! Agora saiu!!! Tá fresquinho!!!


Encravos

"Amor, espreme essa espinha pra mim?"
Eu sempre achei essa a parte mais nojenta do relacionamento.
O fatídico momento de espremer as espinhas.
Achava esquisito.
Invasivo.
Opressor.
Confesso que achava sujo.
Ora bolas.
Afinal, a espinha é sua, fique você com ela.
Mas pensando bem no assunto.
Eu não peço a um inimigo para espremer uma espinha.
Não peço a qualquer um na rua.
Tenho que confiar de mais para pedir isso.
Tem que ser intimo de mais para pedir isso.
Eu não peço a uma amiga para espremer uma espinha.
Afinal, porque pois eu mostraria meus defeitos.
Por mais que sejamos amigas.
Amigas amigas, espinhas a parte.
Não assumimos para as amigas quantos cravos e espinhas escondemos por baixo da maquilagem.
Nós temos falhas, frustrações e complexos.
Nós temos defeitos que escondemos.
Escondemos inclusive das nossas amigas.
E não comam mais cupcakes quem não concorda comigo!
(Estamos de dieta, Projeto Carnaval 2011- sem cupcakes até lá meninas)
E quem que já nos viu sem maquiagem?
Quem já nos viu com nossos defeitos.
Quem já nos viu despidas das nossas frustrações e complexos?
Quem já viu isso tudo e continua com a gente?
E espremer uma espinha é isso.
É assumir nossas falhas.
É mostrar os nossos defeitos.
É pedir ajuda ao outro.
É tentar melhorar com a ajuda do outro.
E relacionamento é isso.
Namoro é isso.
Amar é isso.
É conhecer os defeitos e saber lidar com eles.
É tentar melhorar.
É pedir ajuda quando não se consegue sozinho.
É tirar as máscaras.
É se aceitar sem máscaras.
Amar pode ser simples.
Amar é espremer as espinhas.


^^