terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Faço um inferno para esquentar o inverno. Metade para mim não adianta...

Meninas, o post de hoje é baseado no post de ontem! Sei que algumas não concordaram com o Carpinejar em "Mulher Perdigueira", mas quem nunca se deu a uma perdigueirice qualquer. Quem nunca tentou, ou nunca quis tentar. Cenas de ciúmes, pelo menos imaginadas, por trás da pose de menina moderna. Você pode até não ter sido a "menininha", "princesinha", "nhinhinhinha" aquelas do estilo que miam em uma relação, mas experimente ser uma "perdigueirinha" de vez em quando. Ser perdigueira não é brigar por nada. Não é fazer escândalo em todas as esquinas. É viver em paz com o ciúmes, que, segundo Carpinejar, o Zezé de Camargo e o Luciano, o que mata uma relação, é, simplesmente, a indiferença.


"É a sua indiferença que me mata
Que me mata, que me mata
Coração divide em dois na sua falta
Na sua falta, na sua falta...
"


Perdigueirices

Eu sou uma mulher perdigueira.
Não assumo isso para todo mundo.
Não assumo com tanta frequência.
Acredito que vocês também não.
Mas eu ligo.
Eu passo na porta.
Mando e-mail.
Deixo recado na caixa postal.
Tenho o telefone da mãe.
Da tia.
Do periquito.
Do papagaio.
Posso não ligar.
Mas se um dia, eu precisar.
Eu ligo.
Eu encho o saco.
Eu pego no pé.
Pego na mão.
Nos cabelos.
No pescoço.
Faço um inferno para esquentar o inverno.
Metade para mim não adianta.
Quando quero.
Quero inteiro.
Invento desculpas para as culpas.
Passo em frente ao portão.
Decoro a placa do carro.
Odeio as amigas.
Odeio os papos furados.
Odeio os sábados sem ele.
Desvendo crimes para descobrir que horas voltou pra casa.
O olho faz curva para conferir o cadeado pelo lado de dentro do portão.
Farejo traquinagens.
Fantasio confusões.
Dou plantão.
Faço pose.
Vigio o sono.
Escolho os sonhos.
Vasculho os bolsos.
Cheiro as camisas.
Observo o olhar.
Confiro as idas e voltas do pescoço.
Conheço as linhas das mãos.
Leio o futuro.
Leio o pensamento.
Leio nas entrelinhas e disfarço.
Desfaço.
Desfaço da minha enjoeira.
Da minha cegueira.
Da minha insegurança.
Desfaço da minha imaturidade.
Disfarço o meu ciúme.
Desculpa, se no fundo, não consigo disfarçar tão bem assim.
Mas no fim, enfim.
Pelo menos eu tento.


^^

Um comentário:

  1. Preferi da maneira que vc escreveu... ficou mais desmembrado, mais sutil nas atitudes... ai até dá p se identificar..
    Eu ate olho em site de fotos p ver se ele foi na balada... no orkut da menina p ver se não tem recado dle... no cadiado do portão e na luz do quarto p ver se ele ta em ksa... no chão do carro p ver se não tem cabelo loiro...nas costas p ver se não tem arranhado...Nada além disso... mas jamais, jamaissss dxei qqr um perceber q eu estivesse reparando isso... e tb não falo nada se descobrir algo.. não gosto disso.. não sei fz barraco por isso.. prefiro saber q sei.. e q ele acha q é esperto...

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